quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Rainha Hatshepsut. Parte 2

A barba que observamos no rosto é postiça. Ficando presa à coroa através de correias.
Para entendemos melhor a força Hatshepsut – mulher carismática e politizada, deveremos voltar um pouco no tempo e relembramos a XVIII Dinastia; a mais conhecida de todas as Dinastias Egípcias, apesar de somente a Tumba de Tutankhamon resistir intacta a força do tempo.
Tutmosis I (pai)                  X                  Ahmasi (mãe - a grande mulher )
                                    Hatshepsut

Tutmosis II (filho)              X                     Hatshepsut
(não era filho da Grande mulher).                              ( meia irmã de Tutmosis II – os dois se casam)

Tutmosis III ( filho legítimo de Tutmosis II com a grande mulher, que perde seu lugar para sua meia tia – madastrada)


O Faraó Tutmosis II herdou o trono de seu pai. Este Faraó não era filho da Grande mulher do Faraó, mais o sucessor direto, havia falecido antes do pai, deixando a linha sucessória livre para ele.
Quando Tutmosis II faleceu, deixou seu filho muito pequeno ( Tutmosis III), desta forma Hatshepsut, passou a governar como regente.
Uma mulher Faraó ?
Sim.
Hatshepsut, era uma mulher de caráter excepcional, possuía força política e carisma, além de ser hábil no controle do Clero de Amon.
Com sabedoria, consegue usurpar o trono de Tutmosis III e tornar-se Faraó, com direito a toda a honras.
É necessário lembrar, que nesta época as mulheres não podiam ocupar o cargo de Faraó, não podiam ser rainhas, no máximo a grande mulher do Rei.
A conquista de Hatshepsut é um marco na política do Egito.
A indícios de que Hatshepsut , conseguiu convencer parte do Clero de Amon , de que ela seria a verdadeira encarnação de Amon-Ra. O que permitiu que ela tomasse posse do cajado, o manual, as coroas e a barba real.
A rainha Faraó, após ser proclamada Faraó, masculinizou sua imagem, passou a adotar o protocolo faraônico, que sofreu alterações, com a eliminação do título “touro poderoso” e adotou a coroa do baixo e alto Egito. Outra grande conquista, foi conseguir uma esfinge com seu rosto, já que as esfinges de leão so representanvam rostos masculinos.
Hatshepsut, se fez passar por Homem ? Sim.
Se vestia como homem ? Sim.
Não temos as repostas conclusivas.
Seu período de governo, foi voltado para o comercio e para reforma do templo de Karnak. A área da construção foi valorizada e serviu para a construção do riquíssimo palácio nas rochas do Deir el-Bahari, que possuía uma pirâmide externa.
Como todo líder, Hatshepsut , também tinha seu braço forte. Este homem foi Senmut, homem forte do governo com indícios de ter sido amante de Hatshepsut.
A confiança entre o Faraó (mulher) e seu braço direito (Senmut) era tanta, que Hatshepsut nomeou Senmut , protetor e guardião de sua única filha – Neferurá.
Os sacerdotes mais rígidos de Amon, caíram em desgraça, já que deve ter sido difícil aceitar uma “mulher que se faz passar por homem”.
O que o Clero não poderia aceitar era que a filha de Hatshepsut assumisse o trono após sua morte.
O Clero ou Tutmosis III, eram contra a coroação de Neferurá ?
Não saberemos jamais.
A não aceitação, era uma prévia sentença de morte. Assim que Hatshepsut morreu, Senmut foi assassinado e logo em seguida sua filha Neferurá desaparece da história, o que significa que foi assassinada ou enviada para longe como Sacerdotisa.
Finalmente, Tutmosis III, assume seu lugar de Faraó e apenas 75 dias após subir ao trono, parte em direção a Ásia para conquistas militares.
Tutmosis III, governou na verdade por 33 anos e não por 54 anos, como deixou em suas inscrições, pois 21 anos foram do reinado de Hatshepsut. O governo de Tutmosis III, foi de conquistas rumo a Ásia e em seus últimos anos de governo, dedicou-se a destruição de tudo que significasse Hatshepsut ou lembrasse seu governo.
Foram destruídas inscrições e monumentos de Hatshepsut, assim Tutmosis III, tentou reaver o 21 anos que lhe foram usurpados.
Hoje temos apenas as pinturas de seu túmulo e as inscrições no topo dos obeliscos do templo de KarnaK.
Acredita-se que as inscrições não foram apagadas pela altura dos obeliscos, ou seja, preguiça mesmo.
A múmia de Hatshepsut foi encontrada no ano de 1.903, num túmulo comum, que aparentava não ser de uma realeza, no Vale dos Reis.
Não havia confirmação de que a múmia seria realmente de Hatshepsut, até que uma caixa de madeira localizada dentro do túmulo com o nome Hatshepsut foi analisada através de ressonância magnética.
Tal exame desvendou o grande mistério, um dente que “encaixava perfeitamente na mandíbula da múmia, que era de uma mulher de mais ou menos 50 anos de idade e obesa (Hatshepsut). Assim ficou confirmada a identificação da múmia da rainha, que provavelmente veio a falecer vítima de câncer nos ossos.
Quando a múmia foi descoberta, a mesma estava jogada no chão, o que comprova que houve violação do túmulo ou castigo, em época Faraônica. Curiosamente, a múmia de Hatshepsut, apresenta a mão esquerda com a unhas pintadas de vermelho e preto.
No túmulo de Hatshepsut , havia também uma outra múmia, identificada como sendo de uma enfermeira da realeza.
Após 3.500 anos de seu reinado, a múmia da rainha carismática e poderosa, saí do anonimato e reina para seus súdito, os amante por egiptologia.
Em junho de 2007, é anunciado ao mundo a grande notícia.

Identificada múmia de rainha Egípcia”


Para Hatshepsut, ser apenas mais uma múmia era pouco.
Era preciso ser uma múmia-real.

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